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17 fevereiro 2014

BASE DE CÁLCULO DA PENSÃO ALIMENTÍCIA


O Superior Tribunal de Justiça estabeleceu a base de cálculo a que deve incidir o percentual fixado judicialmente a título de pensão alimentícia. Essa base corresponde ao valor líquido do salário, vencimento ou subsídio do mensal do alimentante, excluídas as verbas indenizatórias ou a elas equiparadas. A decisão deve por fim a inúmeras disputas judiciais dada a clareza e objetividade do julgado, como se pode conferir abaixo:  
As verbas auxílio-acidente, vale-cesta e vale-alimentação não integram    a base de cálculo para fins de desconto de pensão alimentícia. Isso porque os alimentos incidem sobre verbas pagas em caráter habitual, não se aplicando a quaisquer daquelas que não ostentem caráter usual ou que sejam equiparadas a verbas de indenização. Portanto, a verba alimentar apenas incide sobre vencimentos, salários ou proventos, valores auferidos pelo devedor no desempenho de suas funções ou de suas atividades empregatícias, decorrentes dos rendimentos ordinários do devedor, motivo pelo qual se excluem as verbas indenizatórias e os descontos obrigatórios (previdenciário e imposto de renda) da sua base de cálculo. O auxílio-acidente encontra previsão no art. 201 da CF, no art. 86 da Lei 8.213/1991 e no art. 104 do Dec. 3.048/1999, os quais prevêem taxativamente sua natureza indenizatória. Por sua vez, a natureza indenizatória das verbas denominadas auxílio cesta-alimentação e vale-alimentação está prevista no art. 6º do Dec. 5/1991, que, ao regulamentar o Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT (Lei 6.321/1976), assenta: "a parcela paga in natura pela empresa não tem natureza salarial, não se incorpora à remuneração para qualquer efeitos, não constitui base de incidência de contribuição previdenciária ou do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e nem se configura como rendimento tributável do trabalhador". REsp 1.159.408-PB, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 7/11/2013.
Fonte: STJ, Informativo 0533.